terça-feira, 7 de abril de 2009

Em defesa da moral política




Muito se tem falado da crónica do João Miguel Tavares em que este compara a defesa da moral política por Sócrates à da monogamia por Cicciolina, o que lhe terá valido um processo judicial.
Ninguém, que eu saiba, assinalou o facto de durante alguns anos Cicciolina ter experimentado a monogamia. Durante um breve período, é certo. Não gostou, partiu para outra, mas pode falar de monogamia com conhecimento de causa e alguma autoridade.
Por outro lado, não lhe são conhecidos assinaturas de favor em projectos manhosos, licenciaturas de fim de semana, casas compradas por metade do preço, turbo aprovações de projectos imobiliários, processos movidos a jornalistas, e outras maldades do género. Como parlamentar, pautou a sua actuação por grande responsabilidade, noção de serviço e ética inatacável. Defendeu causas nobres tais como contra a energia nuclear e a OTAN, pelos direitos humanos e contra a fome no mundo. Não se lhe conhecem DVDs comprometedores. Do tempo da película , do beta e vhs, os videos em que aparece, ou em que é referid, mostram-na sempre em posições irrepreensíveis, ainda que na minha opiniáo inferiores à sua contemporânea monica bella.
Foi (é) uma mulher imaculada sobre todos os pontos de vista, particularmente do ponto de vista da moral política, assunto sobre o qual poderá discorrer com toda a autoridade. Foi, sem dúvida, uma grande profissional que nunca precisou do política para viver.
Importava pois sublinhar estes factos, até agora ignorados, e que desmontam cabalmente a frágil argumentação do senhor Tavares, merecedor portanto do processo que lhe foi movido pelo senhor Sócrates.

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