sábado, 31 de janeiro de 2009

Não há para aí zolas aos pontapés?


Havia mas já não há!

Jacuzzi


Segundo a Fernanda Câncio fiquei a saber três coisas que desconhecia:
1. Sócrates é judeu e oficial subalterno do exército francês.
2. Existe em Portugal uma poderosa corrente anti-semita.
3. Faltam Zolas ao país.

A galhardia e combatividade que tem posto na defesa do nosso pm é de assinalar e fica-lhe bem.
Infelizmente, não leu o caso Dreyfus com a devida atenção, porque se eu tivesse feito, não estabeleceria a analogia implícita no seu post entre o caso Freeport e o caso Dreyfus. Digo implícita porque de facto, não refere o caso freeport directamente, ao contrário do que o zola fazia no j'acuse.

Apenas por ignorância ou precipitação se pode comparar um caso de um primeiro-ministro alegadamente envolvido num caso de nepotismo e corrupção, com um infeliz oficial subalterno injustamente CONDENADO, por alta-traição num âmbito de uma campanha anti-semita.
Como não a tenho por ignorante, recomendo-lhe que seja um pouco menos precipitada, para não se cobrir de ridículo não contribuindo em nada, muito pelo contrário, para a defesa do pm.

Particularmente revelador da sua desatenção na leitura relativa ao caso Dreyfus é o parágrafo:
"As forças contra as quais Zola se ergueu, "fraco e desarmado" (como disse Anatole France no seu elogio fúnebre), nunca foram derrotadas - apenas o necessário para, naquele caso, lavarem a face, revendo a decisão que condenara um inocente. Fraco consolo."

Se é verdade que a campanha contra Dreyfus, provinha de sectores muito poderosos da sociedade francesa, em particular, das correntes anti-semitas dominantes do exército, Zola não se apresentava tão fraco e desarmado como afirma. Tinha do seu lado Clemencau, director do jornal que publicou o j'acuse, seu aliado na defesa de Dreyfus e posteriormente um dos responsáveis pela reabilitação do inocente. Bem como o responsável dos serviços secretos Piquart.
Clemencau, mais tarde eleito pm francês, não desistiu e lutou sempre pela reabertura do processo, tendo conseguido um novo julgamento que inocentou Dreyfus e condenou o verdadeiro culpado. Dreyfus viria a ser readmitido no exército e com o posto de tenente-coronel combateu na 1ª grande guerra vindo a morrer morreu nos anos trinta já com setenta e tal anos.

Utilizar o caso Dreyfus, para denegrir todo o sistema judicial, também não lhe fica bem, até porque, por muita cumplicidade que houvesse por parte da magistratura francesa da época (sobretudo detectável no segundo julgamento), o facto é que ele foi condenado com base em provas forjadas, cuja produção a magistratura era alheia.

Que eu saiba, o pm não foi (e nem será muito provavelmente) condenado de nada. Mas como pm está sujeito ao escrutínio público. A coincidência que se invoca, entre o reavivar deste caso e as eleições que aproximam, são a meu entender, do mesmo tipo que se invoca para assinalar a coincidência da aceleração da tramitação processo freeport com a demissão do governo de Guteres. Ao pm, como já referi num comentário anterior, cometeria pôr cobro através da assumpção da sua responsabilidade na condução do licenciamento do empreendimento, a todas as leituras enviesadas e remeter tudo o mais para as investigações judiciais.

Mas se calhar este longo comentário é despropositado porque no fundo o seu artigo limitou-se a evocar Dreyfus e Zola, e qualquer analogia com o caso freeport é pura especulação.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Homenagem a uma grande nação (I)



De como um banco central de uma grande potência atlântica, denuncia as falcatruas de um banco de um pequeno país periférico.




God Chaive De Quin



Os cavalheiros da foto são os agentes da Scotland Yard encarregues do caso Freeport.
O senhor da direita é o chief-inspector e o da esquerda com óculos escuros é um under cover agent infiltrado no ministério público.
Reparem no pormenor da garrafa de Super-Bock e na forma como ele grita Fóque Soucretis.
Com uma polícia destas, a Velha Albion está perdida.

sex pistols, god save the queen