quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Chávez e a Noruega


(O titulo deste post é uma referência ao comentário de Adão Contreiras a um post de Carlos Vidal, publicado aqui, no 5dias.)


Entre nós, muita gente parece mais preocupada com o estilo fanfarrão do homem, estilo que curiosamente tolerava em Bush.

É me muito difícil apresentar argumentos a favor ou contra Chávez com base em estatísticas, nem me interessa. Tampouco me interessa discutir os méritos da sua governação, porque só me poderia guiar por impressões. Nem sequer o referendo, que ao contrário do que alguns pretendem, não o elegeu como presidente vitalício.

O que reconheço como liberal que me vejo, é que não existe nenhuma democracia que não tenha em determinada altura optado por uma via mais ou menos socialista ou socializante, no sentido de um maior poder e interferência do estado, como forma de resolver as graves distorções resultantes da desproporção na distribuição da riqueza.
Continuo a achar que o liberalismo é muito mais eficaz na criação de riqueza, e que quando permite uma distribuição mais equilibrada, que não igualitária, conduz a uma maior liberdade individual. Acontece que, como diria Godinho,…” a paz, o pão a educação, saúde e habitação, não há liberdade a sério enquanto não houver…”
Quando se produzem sociedades tão desequilibradas como a Venezuelana, apesar dos enormes recursos, surgem fenómenos reactivos como o Chávez, produto de uma doutrina económica que não soube cuidar dos seus .
A receita FMI foi aplicada, quer na América Latina (Brasil e Argentina), quer na antiga Urss, com resultados catastróficos, conduzindo à criação de oligarquias e monopólios que não têm nada a ver, com o princípio da concorrência livre na qual assenta a bondade do capitalismo.

Neste sentido, ainda que por razões opostas, concordo com o Vidal quando diz:” É da Venezuela em concreto que Chavez pretende partir; é, a seu modo, um materialista, um homem do real. Pragmático, concreto. Eu não sei se ele leu/releu o Capital. Sei que ele olha para aquilo que o rodeia. E isso parece ser suficiente. Pragmático e concreto.”

Não há ideologia que justifique a fome.

O princípio da incerteza segundo Proença


Muita gente se espantou com a seguinte notícia: Pedro Proença avaliado com 2,4 no FC Porto-Benfica por não ter assinalado penalti sobre Lucho .
No entanto pouca gente sabe que os observadores de árbitros da Liga são físicos quânticos, familiarizados com o princípio da incerteza de Heiselberg onde..".resumidamente, pode-se dizer que tudo se passa de forma que quanto mais precisamente se medir uma grandeza, forçosamente mais será imprecisa a medida da grandeza correspondente, chamada de canonicamente conjugada..."
Dito de outra forma mais simples, ver o seguinte excerto do Barbeiro (The man that wasn't there) dos irmãos Coen (basta o primeiro minuto).
Há que dar crédito às qualidades científicas e matemáticas do referido observador: consegue traduzir em números, 2 virgúla 4 para ser preciso, a teoria de Heiselberg aplicada ao futebol.
Mas como todos sabemos entre nós, Heiselberg só se aplica a certos e determinados clubes.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Após uma campanha negra....


... o que o nosso primeiro precisa é de uma campanha branca.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Logo agora


Não tenho a mínima duvida, que se não fora a crise, o povo estava-se nas tintas para o freeport.

O nosso futebol


O nosso futebol é o da canalha e da populaça. Do operário e do carteirista. Do branco e do preto (sobretudo do preto). Do chulo e da puta. Do chefe de família e da bola metida lá dentro, sem má nada. Do copo de três, do traçado e da imperial. Do courato, da bifana e da sande de molho. Do tijolo e da massa. Do trolha e do pato bravo. E do pato-bravo que já foi trolha. Da bola prá frente e fé em Deus. Do povo que não sabe o que é crise porque viveu sempre em crise. O futebol do teso e do desenrasca. Do campo pelado, do petromax, da água fria e da bola de trapos. Do golo marcado com o pé mais à mão ou com a mão mais ao pé.
Enfim o futebol do proletário encarnado, orgulhosamente só contra a réptil aristocracia e a burguesia andrade.

o futebol deles


É o futebol dos noronhas, dos roquetes e dos abranhos. Dos condes, dos duques e dos marqueses. De gajos com dois apelidos separados por um de ou um e. O futebol dos gentlemans, dos letrados, dos viajados. O futebol estético, ético e anti-séptico. O futebol das férias de verão, dos meninos da linha e dos copinhos de leite, dos doutores e engenheiros. Do green, da luz eléctrica, do banhinho quente e roupa de marca. Da bola de cautchu dos meninos bem e dos parvenus. O futebol das crises existenciais.


O homem queimado


A perfeição é para os pobres de espírito.
Os heróis são feitos de imperfeições, tal como o Mantoras, que nasceu no lado errado do mundo, no bairro errado, com o joelho errado e com a cor errada.
A única coisa que lhe saiu bem foi ser benfiquista.
Deixem jogar o Mantoras.